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Maria del Consuelo Sangrenta,
Senhora britânica,
De origem hispânica,
Tinha uma vida truculenta.
Os maus olhares e maldizeres:
Que perdia seus dias
Em bruxarias,
Ou lá que eram tão estranhos afazeres.
Se saía à rua
Era em segredo,
De manhã cedo,
Quando o dia ainda tem lua.
Que sua casa era prisão
Donde não podia sair.
Aos outros não se atrevia sorrir,
Restava-lhe a solidão.
Mas o que Maria fazia
Era um afagoso licor
Para a falta de calor
Com que passava todo o dia.
E lá bebia, Maria Sangrenta,
Sonhando outra vida,
Não a sua, já sumida,
Já esquecida, poeirenta.
E a viciante poção,
Seu único alento,
Lá a aquecia, como sustento
De seu pobre coração.
escrito a 20.04.2011