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esta é para ela.
sei que é difícil, mas ajudar-te-ei no que puder.
foto muito antiga, tirada com o meu antigo telemóvel.
no zimbório do santuário do sameiro, braga.
um texto escrito há pouco mais de um ano, a 06.09.2009:
sento-me na minha varanda. olho a paisagem circundante e não a vejo.
ao longe, ouve-se nitidamente o homem que anuncia o bazar de uma festa popular qualquer, em toda a sua labreguice nortenha e bucólica.
«quatro beringelas..! é para a sopa ou o que é, isto?»
acordo da minha estupidez. o microfone do homem cala-se, por breves momentos. o suficiente para escutar o som surdo de uma ambulância, lá ao longe. a cadeira ao pé de mim está vazia.
já consigo ver a paisagem em meu redor. campos de milho, que reflectem o dourado do sol. um pássaro aqui, outro acolá; fora isso, o céu está totalmente limpo. e vazio.
farto-me do vácuo da varanda. levanto-me.
também... não gosto de beringelas...
as músicas da dupla jónsi & alex, compiladas em riceboy sleeps, deixam-me com vontade de amar o mundo. fazem-me querer flutuar e amá-lo em todo e cada pequeno pormenor, desde a forma como o sol brilha por entre as árvores ou toca uma velha parede até à forma como as formigas trabalham em conjunto lá fora, no verde do meu jardim. fazem-me querer desfazer-me em fumo e desaparecer no ar, sendo-o, com ele. fazem-me acreditar que o mundo pode ser um lugar melhor.
mas a verdade - que me dói a cada dia - é que eu sei que não pode.
sou, sou, sou.
ah, quem me dera não ser.