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«tudo o que há para saber do amor é deslumbrada aceitação. não se aprende a amar, camila; não há vontade democrática capaz de espalhar a paixão pelas bolsas de pobreza onde ela não chega, nem fábricas capazes de a produzir em peças, para montagem, construção ou exportação. não há nada de justo neste sentimento: a justiça, aliás, não passa de um espectáculo de ordenação do mundo, um circo que inventávmos para substituir a irracional lei do coração.
não procures explicação para a minha vida, nem a tomes com pena ou escândalo; quando eu ficar tão velha que pareça louca, lê nestes cadernos que eu fui feliz. não te preocupes como ou quanto, nem caias na tentação de distinguir amor e paixão: a pouco e pouco, fui vendo que essas divisões são armadilhas que se montam para que o pano caia sobre os nossos olhos e a imortalidade desapareça do horizonte. o amor, camila, consiste na divina graça de parar o tempo. e nada mais se pode dizer sobre ele.»
--Jenny (o diário de jenny), in nas tuas mãos, de inês pedrosa