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tenho vindo a sentir que já não tenho mais histórias para contar ou, pelo menos, nenhuma que valha a pena partilhar. na verdade, o que tem acontecido é que tenho andado com a cabeça demasiado ocupada, e tem havido poucos momentos em que me sinto em paz suficiente para poder pensar de forma clara.
alguns desses momentos chegam-me enquanto nado, e é precisamente quando nado que tenho algumas das que considero serem das melhores ideias que alguma vez tive. vêm-me sempre à mente, nesses momentos em que o meu pensamento se torna tão claro como a água em que me banho, as soluções para todos os problemas que surgem no meu doutoramento, na amizade, ou na vida familiar, e todas as palavras que podem formar os mais belos poemas, que tenciono escrever. infelizmente, o que me acontece depois é sair da água e perder toda essa clareza, e todo o raciocínio. volto imediatamente ao pensamento mundano e inútil, e perco todas aquelas palavras que soaram bem momentos antes. e a sensação que me preenche é a de que não tenho, nem terei mais histórias para (vos) contar.
mas isso não é verdade, de todo. tenho ainda muitas histórias por contar. só que não tenho tido cabeça para as escrever. faltam-me as palavras certas, a disposição certa, o tempo suficiente. mas eu prometo voltar daqui a nada, e contar-vos tudo: mais crónicas de lisboa, mais poemas, mais músicas que oiço e me tocam a alma, mais palavras que me dizem muito mais do que o seu significado, mais imagens que marcam; enfim, mais histórias.