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julho, sentir o mar
julgo sentir o mar
juro sentir o mar
quando me beijas
escrito a 25.07.2019
faltam catorze dias, mais coisa menos coisa, para partirmos. sim, nós. ele vai comigo, ficará uns dias para passearmos, e para nos despedirmos com calma. depois ele volta, e eu fico. alemanha, quatro meses. quatro longos meses. mais coisa menos coisa.
só agora é que me caiu a ficha. agora que entrei de férias e comecei a tratar de coisas práticas para preparar a viagem é que me apercebi que isto está de facto a acontecer. e não é como há cinco anos atrás, quando fui para lille durante quatro meses. nessa altura não estava sozinho, foi uma aventura conjunta com colegas e amigos. desta vez ficarei sozinho. quatro longos meses. apesar de tudo, não é o estar sozinho que me assusta mais. claro que vou sentir a falta de certas pessoas. sobretudo dele.
o que realmente me assusta é que eu vou mudar. vou mudar como mudei no passado, quando fiquei aqueles quatro meses em lille. sei que mannheim me vai mudar de alguma forma. e isso é bom, é de certeza muito bom. mas quando voltar, quase tudo permanecerá igual. a minha forma de ver as coisas, o mundo, terá mudado, mas as outras pessoas não terão passado nem testemunhado essa mudança. para elas, o mundo continuará a ser o pequeno mundo delas. e o meu terá crescido um pouco mais.
sinto que viver durante algum tempo noutro país (mesmo que por breves quatro meses) nos dá uma nova (pelo menos diferente) visão do mundo. faz-nos crescer. faz-nos sentir um bocadinho maiores. é que o mundo é mesmo grande, porra. grande demais. e nós, tão pequenos. é isso que me assusta: estar rodeado de gente pequena; permanecer pequeno.
folha
substantivo feminino
«enfim, algo em mim não resultou
assim, como alguém idealizou
mas vim, e aqui ninguém se queixou
por mim, estou muito bem como estou»