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do alqueva

Pedro Simão Mendes, em 13.08.24

quero recordar-me das emoções e dos pensamentos que tive nos primeiros dias de férias. sinto que são sempre os melhores, porque existe a esperança de aproveitar o verão ao máximo, com ele e com os amigos. no entanto, escrever sobre isso - sobretudo quando já se passou uma semana - é sempre mais difícil, porque os meus pensamentos se emaranham sempre num novelo difícil de desembaraçar.

é por isso que gosto muito de nadar. é que enquanto nado vou tentando organizar os pensamentos. e já notei que o faço também enquanto caminho para o metro, ou para casa, ouvindo música e atentando ao pequeno mundo que me rodeia - as árvores, os carros, os pássaros, as pessoas. o problema é que nesses momentos nem sempre posso registar os pensamentos de forma mais sistemática. às vezes ficam umas notas para retornar mais tarde, mas a falta de motivação impede-me de me dedicar a essas ideias que acabam esquecidas algures, mas a picar-me sempre a mente, numa sinapse qualquer que me causa ansiedade. todo este raciocínio para dizer que estou a recuperar um texto que estava nas minhas notas acerca de uns dias que passei no alentejo.

é que queria mesmo memorizar o que senti no guadiana, boiando nas águas quentes do alqueva - em azenhas d'el rei e em mourão. o sossego do silêncio quase absoluto, pintado pelo constante grito das cigarras ao longe e pelas vozes que se esticam no espaço sobre a superfície da água. o calor abrasador que sufoca e só se aguenta dentro de água. era isto que queria, guardar a memória da primeira vez que visitei o alentejo no verão. vou só fechar os olhos e tentar cravar esta imagem mental na memória.

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às 16:45




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