Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
regressar a Lisboa é, à falta de palavra mais adequada, estranho. a minha vida presente é, para o bem e para o mal, aqui na capital. contudo, volvidos quase dois anos, parece que ainda não lhe pertenço.
voltar à rotina de trabalho dá-me ansiedade porque, apesar de estarmos em meados de agosto e não haver grande fluxo de tarefas, eu entro no ritmo frenético da capital, cujas ruas estão ainda aquém do seu tumultuoso ramerrame habitual. e isso inclui as multidões entrando e saindo do metro numa enchente que faz lembrar uma rataria, e as filas intermináveis de trânsito que enfurecem os condutores impacientes.
e é já instintivo em mim: uma pressa que se pregou à minha pele sem que desse por isso. corro entre transportes e avenida acima para chegar a um trabalho que me dá alguma flexibilidade no horário. talvez para fugir do calor abafado do metro, ou do sol que queima as ruas? a verdade é que já sofria de ansiedade antes, mas sinto que esta cidade a reforçou.
enfim, tenho ainda alguns meses de crescente trabalho pela frente antes de o meu contrato (que, como o de muitas pessoas na academia, depende da prorrogação do financiamento da FCT) terminar. até lá, vou mergulhar no ritmo habitual, tentando voltar à superfície para recuperar o fôlego de vez em quando. que é como quem diz, ocupar o pouco tempo que me resta cuidando de mim e, quiçá, pensando em alternativas para o depois.